terça-feira, 18 de agosto de 2009

Banco

Escreveu seu nome no chão, com todas as coisas que havia recebido, a chorar como criança. Essas lágrimas, às quais tanto resisto, por citar ser, de longe, desconfortáveis demais. Se derramou infeliz, inconsolado, quebrando nos dentes uma má paixão – suja. Debruçado, cuspiu em lembranças de quem um dia tripudiou em seu território e brincou em sua mente. Foi-se um fracassado.

Uma moça de quem me recordo

Queria tanto ficar quieta
Desta vez fazer a escolha certa
Ficara cada minuto mais inconstante
Cabisbaixa, catando cantos de rua
Tinha cara de chorosa
Escrevia poesias fraquinhas e se sentia superior por isso
Lágrimas - não
Não conseguia aproveitar nada de verdade
Lia textos, mas nunca prestava atenção
Perdeu o que realmente valia, ali
Vendo-se e ao seu redor estava distante
Começou a copiar
Tadinha
Até que um dia descobriu:
suas poezinhazinhas eram a prova de seu fracassozinho
Lágrimas - não
Desistiu de se expor
Se envergonhou de ser humana
e apagou tudo que tinha escrito.