quinta-feira, 11 de junho de 2009

Aprender

O menino magricelo, virou a esquina apressado. A cabeça pensava mil coisas, incomuns. Coisas novas e indefinidas. Do narizinho pontudo escorria sangue, escuro já. Gritou pra sua irmã perguntando se iria morrer. Ela disse: acho que não sei e tenho certeza que talvez. Como as pessoas que mais te fazem bem, também são as pessoas que mais te fazem mal? Elas sabem seu ponto fraco né? O menino aprendeu a andar de bicicleta. Esperto, mas empolgado e fraquinho se esborrachou no chão, bem na rua de alfalto. Apesar do tombo, ele aprendeu a andar de bicicleta. E apesar de ter apredido a andar de bicicleta, ele ainda está aprendendo que sangue no nariz não é sinal de morte imediata. Sangue no vômito, talvez. Ele aprendeu. O abraço da mãe compensou tudo. Ganhou o mundo. Pelas explicações dela aprendeu a aprender como um escritor antigo, mas moderno. "Que o AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas
as feridas;"*



*Fragmento de Coisas que aprendi, William Shakespeare.